terça-feira, 6 de novembro de 2012

E.T. O EXTRATERRESTRE


E.T. O Extraterrestre


1982. Seres meigos. Dedos luminosos. Naves fumacentas. Bicicletas ao luar. "Telefone". "Minha casa". Alguns elementos jogados são suficientes – cenas inteiras voltam à memória, arrepia a lembrança daqueles momentos de emoção. No mundo do cinema, assim se reconhece um clássico, quando algumas expressões bastam para tornar o filme imortal. Faz trinta anos que Steven Spielberg remodelou a fantasia no cinema. Os adultos de hoje aprenderam, há três décadas, a serem mais solidários, mais companheiros. Faz exatos trinta anos que o tocante E.T. - O Extraterrestre (E.T. the Extra-Terrestrial) foi exibido pela primeira vez. (Introdução de Marcelo Hessel, do excelente omelete.com.br)

Se em 1977, após o sucesso estrondoso de "Tubarão" e da magia ficcional de "Contatos Imediatos do Terceiro Grau", Steven Spielberg já era um dos diretores mais respeitados em Hollywood, a década de 80 veio só para colocá-lo entre os maiores de todos os tempos, afinal. Ora, "E.T - O Extraterrestre", de 1982, é um clássico indispensável e uma revolução muito pessoal de Spielberg. Se, até então, alguém duvidava do talento do cineasta, "E.T." está aí (há 28 anos) para derrubar tais crenças.

Simplificando a sinopse, Elliott (Henry Thomas) é um garoto que vive com a mãe (Dee Wallace), o irmão mais velho (Robert MacNaughton) e a irmã pequena (Drew Barrymore). Uma noite, o menino ouve barulhos estranhos e imagina que há algo diferente acontecendo na garagem de sua casa. Embora amedrontado, Elliott decide ir investigar o que está causando os barulhos e tem uma enorme surpresa: encontra um extraterrestre. Depois do susto do encontro, o garoto e o alienígena começam a fazer contato e acabam se tornando amigos. Agora, Elliott e seus irmãos terão como desafio fazer com que E.T., como foi apelidado o novo hóspede, volte para seu planeta natal. Mas as coisas vão ficar mais complicadas quando agentes federais, que estão atrás do extraterrestre, cruzarem o caminho dos garotos.

Mas o filme se torna singular por três motivos: Primeiro, porque acontece em um bairro comum com pessoas comuns; segundo, porque o E.T. da história não é apavorante – ao contrário, é fofo e adorável; terceiro porque é um filme feito para toda a família. Junte esses elementos a um roteiro e direção geniais e você tem um filme de ficção científica amado e inesquecível. É empolgante o desenrolar da história em um fundo tão simples e verossímil dentro dos olhos infantis e ingênuos do protagonista.



Com algumas cenas desconcertantes, como o primeiro vôo de Elliot e E.T. com a bicicleta e uma trilha sonora arrepiante e criativa, Spielberg consegue criar uma obra única ao mostrar a história pelos olhos de uma criança com uma ingenuidade e carisma natural, ao mesmo tempo em que se distancia daquela despojada e descrente visão adulta. Um dos maiores trunfos de Spielberg foi a escolha do elenco infantil. É nele que toda a história se sustenta. Claro, o roteiro de Melissa Mathison é muito bom, mas as pessoinhas interpretadas por Henry Thomas (ótimo), Peter Coyote, Robert MacNaughton e Drew Barrymore roubam a cena.



Quando for assistir ao filme novamente, aproveite para notar a beleza do céu de estrelas no início; a nave que parece ter surgido da sua imaginação, seguida pelos aliens explorando calmamente a Terra. Observe, também, as sombras dos homens com lanternas, o grupo de homens caçando o E.T. como se marchassem. E o clima do filme, que mostra noites nubladas e com algum ponto de luz para contrapor a escuridão e instigar a imaginação.

Os trechos clássicos e inesquecíveis vão se acumulando ao longo da projeção. Spielberg tem momentos de pura genialidade como na cena icônica dos garotos voando de bicicleta com a lua ao fundo, todos levados ao ar graças aos poderes de E.T., obviamente. O longa mistura muita emoção, diversão, ação, contos de fadas e tudo isso é conectado pelo estilo de direção de Steven. Aqui, o diretor mostra finalmente toda as suas principais características como profissional do cinema.



"O filme tem uma importância incontestável para a história do cinema. Foi o blockbuster da época e também conquistou a crítica de um cinema mais autoral, como a de Cannes. O diretor conseguiu transformar uma criatura estranha em adorável, vista pelo ângulo puro e moral das crianças", explica o editor da "Revista Cinética", Fábio Andrade. “E.T” estreou nos Estados Unidos em 11 de junho de 1982, poucos dias após ser apresentado no Festival de Cannes,  entre os aplausos da crítica e do público. A produção foi um sucesso de bilheteria e recebeu nove indicações ao Oscar - entre elas as de melhor filme, direção (Steven Spielberg) e roteiro – levando quatro prêmios: melhores efeitos especiais, melhores efeitos sonoros, melhor som e trilha sonora original, com a inesquecível composição do fenomenal John Williams.

(cena clássica - link) - http://www.youtube.com/watch?v=7OuUA8XHIdQ 

No entanto, o filme tem espaço em nossa memória não pelos prêmios merecidamente conquistados, mas pelo fato de, trinta anos após sua estréia, o filme ainda ter a pureza e emoção para fazer com que uma criança de cinco ou seis anos se emocione com a história. A cena antológica do vôo das bicicletas representam o abandono da comodidade e medos típicos de um homem adulto, representando a coragem de seguir em frente e encarar nossos medos e decisões, quando, corajosamente, prosseguimos em um salto de fé rumo a maturidade.




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