Em novembro de 2010, a então
candidata do PT, Dilma Rousseff, levou a eleição presidencial com 56% dos votos
válidos, ou mais de 55 milhões de votos. Sem nunca antes ter sido testada nas
urnas, a ministra chefe da casa civil foi alçada à presidência pela força e
popularidade do presidente Lula, que não mediu esforços (alguns deles, ilegais,
diga-se de passagem) para fazer sua sucessora. Por pelo menos 2 anos ela foi
vendida como a mãe do PAC, a gerente linha dura capaz de manter o Brasil nos
trilhos e impor um ritmo mais elevado de eficiência na máquina governamental.
Ao longo da campanha e em seu
programa de governo, Dilma prometeu e anunciou a construção de mais de 6 mil
creches, 8 mil postos de saúde, 10mil quadras poliesportivas nas escolas e nada
menos que 2 milhões de casas pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Tendo já
cumprido 1/3 de seu mandato, essas metas parecem cada vez mais longes de serem
cumpridas. Mantido o ritmo atual de entrega das obras, todas as promessas
seriam cumpridas apenas no ano de 2038, quando, oxalá, a presidenta deve estar
bem longe do Planalto.
Além da área social, o país
padece de gravíssimos entraves logísticos, devido à precariedade de nossa
infraestrutura. São portos, aeroportos, estradas e ferrovias que inexistem, ou,
quando existem, estão sucateados e saturados. Em 9 anos no poder, o PT pouco
fez para alterar o quadro. Por ranço ideológico, se recusa a trabalhar em
conjunto com a iniciativa privada na modernização da infraestrutura e, quando o
faz, é de forma envergonhada e equivocada, como no caso das rodovias federais
Régis Bittencourt e Fernão Dias, concessionadas sob os auspícios da ministra Dilma
Roussefff em 2008, que até agora só geraram pedágios, buracos e mortes. Na
época o novo modelo de privatização do PT foi louvado como sendo a antítese das
‘privatarias’ tucanas, sendo que na realidade, conquanto tenha proporcionado
uma bem-vinda modicidade tarifária, não exigiu das concessionárias as obras
necessárias para a recuperação e modernização que as estradas precisavam.
Enquanto isso, vemos outras obras
fundamentais para o país sendo indefinidamente adiadas e atrasadas, seja por
problemas ambientais, falta de bons projetos, falta de vontade política,
contingenciamento de verbas, ou simplesmente o velho conhecido desvio de
verbas, que inevitavelmente leva à renegociação de contratos com as
empreiteiras, paralisação das obras pelo TCU e prejuízos para toda a sociedade.
O PAC segue empacado como sempre: a ferrovia Norte-Sul já está com 4 anos e
meio de atraso nas obras; a ferrovia Transnordestina segue lentamente com quase
4 anos de atraso e previsão de entrega em 2014; a transposição do rio São
Francisco também está com 4 anos de atraso e seu custo praticamente dobrou, de
R$4,8 bilhões para R$7,2 bilhões; o trem-bala Rio-SP então, nem se fala! As
obras sequer começaram e os custos já explodiram para mais de R$30 bilhões, o
suficiente para construir mais de 100km de metrô nas grandes capitais.
Conquanto tenha sido eleita com a
imagem de grande gestora, a verdade é uma só: o governo Dilma-PT é de uma
incompetência gritante, e enquanto a presidente bate na mesa e fala alto com
seus subordinados, numa tentativa patética de demonstrar firmeza, o país sofre.
Os agricultores não conseguem escoar sua produção, encarecendo o preço da
comida no prato do trabalhador. Apenas o frete da soja, por exemplo, custa
quase 50% do preço total da produção, fora as perdas ao longo da viagem, devido
às estradas esburacadas e falta de ferrovias. Já a indústria vive seu pior
momento desde o governo JK, há mais de 50 anos. A péssima infraestrutura,
aliada à carga tributária opressiva e aos juros escorchantes, estão levando à
substituição da produção industrial nacional pelas importações chinesas. A
indústria de calçados e têxtil, por exemplo, estão à beira da extinção no país,
e nunca se importou tanto automóvel, a despeito da grande quantidade de
montadoras no Brasil. E aos tormentos econômicos, somam-se as tragédias vividas
por famílias destruídas nas rodovias da morte onde se paga pedágio, mas viaja-se
sob risco constante.
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