segunda-feira, 2 de abril de 2012

O peso da incompetência


Em novembro de 2010, a então candidata do PT, Dilma Rousseff, levou a eleição presidencial com 56% dos votos válidos, ou mais de 55 milhões de votos. Sem nunca antes ter sido testada nas urnas, a ministra chefe da casa civil foi alçada à presidência pela força e popularidade do presidente Lula, que não mediu esforços (alguns deles, ilegais, diga-se de passagem) para fazer sua sucessora. Por pelo menos 2 anos ela foi vendida como a mãe do PAC, a gerente linha dura capaz de manter o Brasil nos trilhos e impor um ritmo mais elevado de eficiência na máquina governamental.

Ao longo da campanha e em seu programa de governo, Dilma prometeu e anunciou a construção de mais de 6 mil creches, 8 mil postos de saúde, 10mil quadras poliesportivas nas escolas e nada menos que 2 milhões de casas pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Tendo já cumprido 1/3 de seu mandato, essas metas parecem cada vez mais longes de serem cumpridas. Mantido o ritmo atual de entrega das obras, todas as promessas seriam cumpridas apenas no ano de 2038, quando, oxalá, a presidenta deve estar bem longe do Planalto.



Além da área social, o país padece de gravíssimos entraves logísticos, devido à precariedade de nossa infraestrutura. São portos, aeroportos, estradas e ferrovias que inexistem, ou, quando existem, estão sucateados e saturados. Em 9 anos no poder, o PT pouco fez para alterar o quadro. Por ranço ideológico, se recusa a trabalhar em conjunto com a iniciativa privada na modernização da infraestrutura e, quando o faz, é de forma envergonhada e equivocada, como no caso das rodovias federais Régis Bittencourt e Fernão Dias, concessionadas sob os auspícios da ministra Dilma Roussefff em 2008, que até agora só geraram pedágios, buracos e mortes. Na época o novo modelo de privatização do PT foi louvado como sendo a antítese das ‘privatarias’ tucanas, sendo que na realidade, conquanto tenha proporcionado uma bem-vinda modicidade tarifária, não exigiu das concessionárias as obras necessárias para a recuperação e modernização que as estradas precisavam.

Enquanto isso, vemos outras obras fundamentais para o país sendo indefinidamente adiadas e atrasadas, seja por problemas ambientais, falta de bons projetos, falta de vontade política, contingenciamento de verbas, ou simplesmente o velho conhecido desvio de verbas, que inevitavelmente leva à renegociação de contratos com as empreiteiras, paralisação das obras pelo TCU e prejuízos para toda a sociedade. O PAC segue empacado como sempre: a ferrovia Norte-Sul já está com 4 anos e meio de atraso nas obras; a ferrovia Transnordestina segue lentamente com quase 4 anos de atraso e previsão de entrega em 2014; a transposição do rio São Francisco também está com 4 anos de atraso e seu custo praticamente dobrou, de R$4,8 bilhões para R$7,2 bilhões; o trem-bala Rio-SP então, nem se fala! As obras sequer começaram e os custos já explodiram para mais de R$30 bilhões, o suficiente para construir mais de 100km de metrô nas grandes capitais.

Conquanto tenha sido eleita com a imagem de grande gestora, a verdade é uma só: o governo Dilma-PT é de uma incompetência gritante, e enquanto a presidente bate na mesa e fala alto com seus subordinados, numa tentativa patética de demonstrar firmeza, o país sofre. Os agricultores não conseguem escoar sua produção, encarecendo o preço da comida no prato do trabalhador. Apenas o frete da soja, por exemplo, custa quase 50% do preço total da produção, fora as perdas ao longo da viagem, devido às estradas esburacadas e falta de ferrovias. Já a indústria vive seu pior momento desde o governo JK, há mais de 50 anos. A péssima infraestrutura, aliada à carga tributária opressiva e aos juros escorchantes, estão levando à substituição da produção industrial nacional pelas importações chinesas. A indústria de calçados e têxtil, por exemplo, estão à beira da extinção no país, e nunca se importou tanto automóvel, a despeito da grande quantidade de montadoras no Brasil. E aos tormentos econômicos, somam-se as tragédias vividas por famílias destruídas nas rodovias da morte onde se paga pedágio, mas viaja-se sob risco constante.

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